Fim da madrugada e o amanhecer vem aos poucos surgindo timidamente. Tanta tranquilidade, repentinamente, é quebrada por uma trágica notícia [...].
Acordo espantado e aguardo que sentimentos de condolência surjam em meu peito. Mas horas e horas se passam e eu permaneço atônito como se nada tivesse acontecido.
A falta de angústia me traz um vazio que não entendo, mas que tenho a estranha oportunidade de sentir: será que não tenho sentimentos pelo próximo? Onde está meu altruísmo? Talvez tantas leituras e dias e noites de estudo árduo tenham me feito ver o mundo com outros olhos: os olhos da insensibilidade.
Então, do que vale me tornar um "gênio", se ao mesmo tempo perco minha identidade?
Talvez esses sejam os efeitos colaterais de viver em busca de respostas e soluções para as questões da vida, que gradualmente vão perdendo o seu verdadeiro valor: a vida.