domingo, 7 de julho de 2013

O aprendizado do livro dos prazeres

A aprendizagem nunca se esgota. A todo o momento dá-se conta de que é preciso aprender um pouco mais. Nunca se está pronto no caminho que se percorre para completar uma jornada da qual se desconhece a linha de chegada; e talvez tal fim seja apenas um novo começo, a chegada de uma nova forma de ver o mundo e a si mesmo.
Sentir-se pronto seria o mesmo que se desumanizar. Afinal, não se pode ser super-homem num mundo onde ter onipotência é ter que amar a todos sem saber se tal amor é imbuído de correspondência. A solução então foi criar um Deus para que Ele pudesse nos amar para sempre e nunca nos negar o Seu perdão.

Apenas um pedido

Deus, não sei se tu existes - e isso pouco importa para um ser que como eu nasceu no desamparo - mas, por favor, não permita que eu morra durante as festas de fim de ano ou um dia antes do meu aniversário. Eu não suportaria a pena dos visionários da sorte alheia.

Pecar é não pecar



Certa vez ouvi da boca de um crédulo fiel que Deus, diferentemente dos homens mortais, não se cansava. Mas, para mim, Deus não é tão onipotente. Na verdade, ele se esforça. Muitas vezes ele deve sim ser tomado pelo cansaço por fazer pelo homem o que este próprio não tem coragem de fazer para/por si próprio. E, às vezes, Deus não se cansa porque simplesmente nada faz. Afinal, há quem tenha aprendido a viver sem Ele, o que não significa a inexistência da necessidade do suporte divino. Cada um tem apenas um jeito inteiramente particular de conviver com a condição humana do desamparo.